Carolina Mancini e sua escrita impecável

Com sua escrita impecável, Carolina Mancini me transportou direto ao seu mundo. Quer dizer, ao mundo de Júlia e sua pequena família. É estranhamente maravilhoso sentir a essência de cada um dos personagens logo nas primeiras páginas da obra que, ao meu ver, deve ser fantástica.
O Prólogo nos mostra uma Júlia adulta, caminhando na cidade e aparentemente preocupada com algo, incluindo suas mãos azuladas e a pele do seu pescoço que está mudando. Sua nova forma – algo que não sabemos – talvez esteja tomando conta dela. Logo fazemos uma viagem ao seu passado, algo não tão agradável, mas real.
Dias de Chuva inicialmente nos mostra a vida de uma família pobre sustentada por Rafaela, a mãe. Entre os surtos do marido alcoólatra e viciado em jogos, a mulher precisa cuidar de Júlia – nossa personagem principal -, uma criança de poucos anos e um filho doente que necessita de alguns cuidados especiais. No entanto, o pouco dinheiro que a mulher ganha não é o suficiente nem para se alimentarem como merecem. E quando pensa ter agarrado uma oportunidade para ganhar dinheiro, as coisas saem de controle.
O desespero faz com que ela não sinta o frio quando decide ir ao encontro do marido. Júlia acompanha a mãe, mas como toda criança, sente-se assustada quando o encontram com outro homens, jogando e se divertindo com algo dela. Mas o que mais chama a atenção da pequena Júlia é um desses desconhecidos que acaba se tornando uma peça importante em suas vidas.
Recuperam o que tinham perdido e ganham o que nunca tiveram: a oportunidade de uma vida melhor.
Certo, nada de outro mundo, não é? Não.
Tive a impressão de que o livro guarda muitos e muitos segredos. Júlia e Audrick se encontram depois do homem ter ajudado sua família e ele lhe dá um pequeno presente que supostamente torna os sonhos reais. Acredito que muitos leitores se identificarão com essa parte. Toda criança sonha, toda mulher sonha, todo homem e todo senhor e senhora também sonham, mas às vezes não têm oportunidade para passar da etapa de sonhar e vivê-lo, de fato. Mas Júlia consegue isso, o que mais desejava na vida se tornou realmente seu.
Exceto as certezas.
Audrick não deve nada a família. Audrick não faz parte dela. Então, como saberia de suas necessidades mais profundas? Esse é nosso primeiro mistério. De onde veio, o que faz, por que ajuda desconhecidos e o que existe de mágico no presente que dera à Júlia ou o que existe de mágico nele.
Poucas páginas foram necessárias para que eu sentisse vontade de embarcar nessa história. Carolina me fez sentir a dor da família e os anseios de Júlia. Me fez sentir a essência misteriosa do homem de bem que muda a vida de pessoas de bem. E, além disso, me fez acreditar que alguns dias de chuva podem passar e, quando menos esperamos, o Sol voltar a brilhar.
E quando isso acontece, o que vem depois é uma incógnita. Daquele tipo que não nos cansamos até descobrirmos seu real significado.

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ROMANCE: LITERATURA JUVENIL / FANTASIA

Se neste mundo existissem bruxas e feiticeiras, se existissem criaturas das trevas, matis e visagens e estivessem todos escondidos entre os prédios, na miséria e nos nossos sonhos, as escolhas seriam tão diferentes do que conhecemos?

Julia nasceu no cerne de uma família desestruturada, fruto de vícios, fome e pobreza, mas também nesse mundo, onde a magia se esconde. Ainda criança, conhece Audrick, um jovem soturno e misterioso, que vendo nela um grande dom, intervêm em sua família criando planos e moldando seu destino. Porém, na margem desse caminho, Vânia, tio de Audrick (um homem pérfido e aliciador de jogos de azar) também escreve a trama. Com o tempo, a garota descobre seus próprios segredos e mistérios, até que precisará enfrentar seu maior e mais poderoso rival.

Esta é uma história sobre humanidade, sobre caminhos e destino. Sobre busca e abandono. Sobre encontrar e perder-se. Sobre plantar e colher.

http://estronho.com.br/editora/dias-de-chuva

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